Interação LASERs e Tecidos

A interação dos LASERs com os tecidos seja de baixa ou alta potência  dar-se-á sempre de maneira que de um total energético transferido ao tecido-alvo, uma parte sofrerá espelhamento, reflexão direta e indireta ou “scattering”, ou seja, uma parte dessa energia após interagir com o alvo volta modificada, há ainda a dispersão, representada por parte dessa força perdida no interior do tecido sem  qualquer ação e, uma outra porção da energia que é transmitida à vizinhança, por exemplo como calor. Porém a porção mais importante é aquela que vai executar a atividade fim daquele LASER ou, aquela que será absorvida e que interage com o tecido-alvo modificando-o como previamente esperado.

Há LASERS como os de Gás Carbônico que apresentam determinadas características na oferta de sua energia aos tecidos que nos autorizam afirmar que constituem três tipos distintos, o Contínuo, o Superpulsado e Ultrapulsado. Estas especificações estão na intimidade do forma como estes aparelhos são fabricados diferenciando-os uns dos outros no tempo de duração do intervalo entre pulsos, permitindo indicações mais precisas, diminuindo o indesejável efeito térmico sobre os tecidos, principalmente a pele humana. Resumindo, há um tempo necessário para que a pele uma vez exposta a uma fonte geradora de calor, resfrie que é o chamado Tempo de Relaxamento Térmico da Pele que gira em torno de 695 (seiscentos e noventa e cinco) ms e, o LASER de Gás Carbônico tinha sua atuação muito discutida na pele, há algumas décadas, devido ao fato de ocasionar uma queimadura, ao mesmo tempo em que realizava sua ação. O modo de exposição Ultrapulsado apresenta períodos de tempo entre pulsos com intervalos superiores ao Tempo De Relaxamento Térmico da Pele, ampliando sobremaneira suas indicações.

Outras máquinas encontram no tempo de duração do pulso uma forma de minimizarem os efeitos indesejáveis que possam causar aos tecidos vivos, possibilitando aumento significativo de seu leque de indicações. Temos então LASERs com pulsos de duração no milisegundo, no microsegundo e no nanosegundo, o que significa exposição em tempo inferior ao segundo multiplicado por 10^-3 , 10^-6 ou 10^-9, conferindo a estas máquinas peculiaridades tais que permitem utiliza-las em pessoas de pele negra, com segurança. As máquinas que apresentam travamento, chaveamento de seu tempo de duração, especialmente aquelas com pulsos de duração próxima da milésima milionésima parte do segundo, são chamadas de “Q – Switched”, termo que não se conseguiu até hoje traduzir condizentemente para o Português, significando que os feixes de fótons são liberados apenas quando a cavidade ressonante atinge uma quantidade tal de fotons que signifique potência aproximada aos 10.000.000 de watts, quando então por um intervalo de tempo igual à milésima milionésima parte do segundo, os libera.

Há ainda os LASERs Fracionados que são a coqueluche deste momento e que através de oferta de sua energia para vaporização em forma de rede aos tecidos, permitem intercalar-se tecido tratado com sadio, desenhando na pele imagem semelhante a de uma peneira como podemos observar na figura 15, encurtando sobremaneira o tempo de recuperação das áreas tratadas pela reparação muito mais rápida dos pontos atingidos pelo LASER através das áreas não atingidas e, portanto com tecido sadio, assumindo importância impar, especialmente nos tratamentos na região da face, particularmente nos dias de hoje, onde as pessoas não podem afastar-se de sua rotina por tempo longo.

FIG 15. Desenho deixado na pele após exposição ao LASER CO2 Ultrapulsado Fracionado. As áreas como pontos negros são as regiões atingidas pelo feixe.