Os primeiros aparelhos de baixa potência datam de 1970 e eram obtidos através de uma mistura de Hélio e Neônio, que emitiam no vermelho, atualmente a maioria dos sistemas de baixa potência são obtidos de semi-condutores (diodos) de Arseniato de Gálio, crescido em laboratório e dopado por vários outros elementos o que permite maior variedade de comprimentos de onda, desde o verde ao vermelho e infra-vermelho, ampliando sua utilidade clínica.
Em geral apresentam-se em dois Comprimentos de Onda, um na faixa do vermelho em torno de 630 (seiscentos e trinta) nm, com maiores indicações para biomodulação, cicatrização de feridas superficiais, aftas, herpes, queilites, etc..; penetrando pouco na pele devido ao fato de emitirem no vermelho e por isso tem sua utilidade clínica restrita a lesões superficiais. Outros Comprimentos de Ondas encontrados nos LASERs de baixa potência vão desde 700 (setecentos) a 900 (novecentos) nm na faixa do infra-vermelho, com indicações em lesões mais profundas devido a sua maior penetração no tecido-alvo, sendo utilizados para reparos neurais como, analgesia, biomodulação, hipersensibilidades, trismos, nevralgia do trigêmeo, hipersensibilidade dentinária, paralisia facial periférica, etc... Há LLIT que possuem os dois conjuntos em canetas com LEDs que oferecem ambos comprimentos de onda o vermelho e o infravermelho.
Sabemos que são LASERs de interação Foto-Química com os tecidos, então vamos estudar como se dá a absorção para que ocorra essa interação, de tal modo que entendamos como exerce sua ação. Os LILT de luz vermelha serão absorvidos em maior porcentagem pela mitocôndria e os que emitem na faixa do infra-vermelho serão absorvidos pela membrana citoplasmática e por todas as suas extensões intra-celulares como o Complexo de Golgi, etc.; com maior percetual para os comprimentos de onda maiores, ou seja mais próximos de 900 (novecentos) nm.
Independentemente de ser vermelho ou infra-vermelho os LLLT desencadearão nas células a seguinte cadeia de acontecimentos, de acordo com estudos de Tiina Karu e de Chukuka Envemecka que são duas das maiores autoridades em LLLT em todo o Mundo e, que estiveram conosco em São Paulo no ano de 2000, quando presidíamos a Sociedade Brasileira de LASER em Medicina e Cirurgia e tivemos a honra de organizar seu III Congresso Internacional de LASER. De acordo com os dois citados autores comprimentos de onda azuis, em torno de 400 (quatrocentos) nm, após serem absorvidos pelas mitocondrias agem nas flavoproteinas e nas hematoporfirinas, e isto não representa qualquer novidade pois é mais do que conhecida a ação anti-ictérica da luz Ultravioleta que por um fenômeno de oxidação estimulada por uma transferase transforma a bilirrubina indireta em direta, que assim é excretada na bile resolvendo brilhante e luminosamente a Icterícia Fisiológica do Recém-Nascido.
No caso de Comprimentos de Onda próximos a 600 (seiscentos) nm o exato sítio de absorção são as semi-quinonas e os citocromos oxidase, no interior das mitocôndrias e o exato mecanismo de ação já é conhecido e compreende a oxidação do difosfato de adenosina – ADP, que altera a condição físico-química do citoplasma. Esta alteração citoplasmática aumenta a força próton-motora da célula que eleva sua concentração de Trifosfato de Adenosina – ATP. O ATP é então usado para estimular os potenciais de membrana, forçando por “feed-back negativo” a Bomba de Sódio e Potássio, que a permeabiliza para o Cálcio, que é o modulador bioquímico dos nucleotídios cíclicos, responsáveis pela síntese dos Ácidos Ribo – RNA e Desoxiribonuclêico – DNA.
A exposição das células aos LILT que emitem no infra-vermelho, causará mudanças físico-químicas na membrana celular que facilitarão a permeabilidade ao Cálcio, sendo a seqüência exatamente igual à descrita para os LILT de emissão no vermelho, observando-se que este fenômeno Foto-Químico, será tanto maior quanto maior o potencial de oxi-redução do tecido-alvo.
O alívio da dor ocorre pelo aumento da microcirculação o que melhoraria a oxigenação e a concentração de substâncias mediadoras da analgesia ou endorfinas, como as serotoninas, a histamina e as prostaglandinas, além de aumentar a atividade da acetilcolinesterase, que bloqueia a sinapse nervosa.